lunes, 30 de agosto de 2010

A Serra Gaúcha


No Rio Grande do Sul concentra-se mais de 90% da produção vinícola do país e lá estão as melhores vinícolas brasileiras. O Rio Grande do Sul, além de ser o estado de melhor e maior produção vinícola também é sede da UVIBRA (União Brasileira de Vitivinicultura) e da ABE (Associação Brasileira de Enologia) entidades que lutam para a melhoria do vinho brasileiro.

Situada nas montanhas do nordeste do estado, a região da Serra Gaúcha é a grande estrela da vitivinicultura brasileira, destacando-se os municípios de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produzem, além de outros municípios com produções de qualidade.

A região da Serra está próxima das condições geo-climáticas dos melhores vinhedos do mundo ( a faixa ao norte ao sul do planeta, com latitude entre os paralelos trinta e cinquenta), mas as chuvas costumam ser excessivas, exatamente na época que antecede a colheita, período crucial à maturação das uvas. Por essa razão, os viticultores da Serra Gaúcha são verdadeiros heróis: obstinados, enfrentam os percalços da natureza, extraem da terra o que de melhor ela pode lhes dar e conseguem, com trabalho árduo e investimentos em tecnologia , produzir vinhos que surpreendem e melhoram em qualidade a cada dia. Hoje, as melhores vinícolas da Serra Gaúcha utilizam cepas nobres e contam com a mais avançada tecnologia, idêntica à utilizada nos principais países vinícolas da Europa. A qualidade De seus vinhos certamente continuará a melhorar, pois em breve serão implantadas as primeiras Denominações de Origem Controlada do país, como consequência de estudos que vêm sendo desenvolvidos há muitos anos na região.


Fora da região da Serra Gaúcha existem outras regiões vinícolas do estado, menores, como a região de Viamão e Campanha, sendo que essa última apresenta o maior destaque é a subregião de Santana do Livramento, no extremo sul do estado. A maior parte destas vinícolas está localizada na Serra Gaúcha região de montanha ao norte no estado, destacando se as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul, seguidas de Flores da Cunha, Farroupilha e Canela, e o restante em Erexim, no noroeste do estado; Jaguari, no sudoeste; Viamão e São Jerônimo, no centro-leste; Bagé, Don Pedrito, Pinheiro Machado e Santana do Livramento, no extremo sul.

Uma pequena parte restante dos vinhos brasileiros é proveniente de diminutas regiões vitivinícolas situadas nos estados de Minas Gerais (municípios de Andradas, Caldas, Poços de Caldas e Santa Rita de Caldas), Paraná , Pernambuco (Santa Maria da Boa Vista e Santo Antão), Santa Catarina (Urussanga) e São Paulo (Jundiaí e São Roque). No entanto, essas regiões cultivam quase que exclusivamente uvas americanas (Isabel, Niagara, etc.) que originam apenas vinhos de categoria inferior. Algumas vinícolas começaram a produzir vinhos elaborados com uvas européias, mas até agora não convenceram. Esperamos que, com seriedade, trabalho e tecnologia, essas regiões possam, pelo menos a longo prazo, oferecer vinhos de boa qualidade.

No quadro vinícola descrito para as regiões fora do Rio Grande do Sul, existe uma feliz exceção situada no Nordeste brasileiro. É o promissor Vale do rio São Francisco, no nordeste brasileiro, especialmente na cidade de Santa Maria da Boa Vista, próxima de Petrolina e Juazeiro, na fronteira de Pernambuco e Bahia. Com a implantação de um sistema de irrigação eficaz, essa região começou, há duas Décadas, a produzir frutas de qualidade e uvas européias que, através controle da irrigação, podem dar até duas safras ao ano! Na década de oitenta, algumas vinícolas lá se instalaram e começaram a produzir vinhos honestos. No entanto, há muito o que melhorar e essa região pode vir a produzir "caldos" realmente surpreendentes.

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